MAHER ROUBA A CENA
Fazer um resumo do que ocorreu no Web Summit 2023 de Lisboa, em novembro, não é tarefa fácil, já que se trata do maior evento internacional de tecnologia, com mais de 70 mil participantes, vindos de 153 países, além de 2.608 startups expondo seus pitchs, de 906 investidores, de 806 palestrantes, de 321 patrocinadores e de 32 delegações de países.
Uma celebração de 04 dias inesquecível até para quem passasse sem querem em frente ao Altice Arena, onde mais de 20 mil pessoas assistiram à abertura conduzida pela Katherine Maher, a improvável nova CEO do Web Summit empossada tropegamente duas semanas antes do evento em função das repercussões negativas das declarações críticas à resposta de Israel em Gaza do fundador e ex-CEO Paddy Cosgrove. Maher disse a que veio, profetizou que a IA é irreversível apesar da resistência às grandes transformações e conduziu o evento com espertas substituições aos figurões do Google, Tick Tok, Meta, Intel e Amazon, big techs que resolveram boicotar a conferência. Se alguém perdeu foram as gigantes da tecnologia, todo mundo curtiu e ninguém notou a falta deles.
Todo o principal conteúdo de palestras do evento está disponível no canal do YouTube WebSummit.
A comitiva goiana estava ali sendo premiada com palestras da fronteira do conhecimento tecnológico. FIEG e SEBRAE organizaram uma missão empresarial com mais de 40 participantes, incluindo presidentes de sindicatos do sistema indústria, dirigentes do SESI, SENAI e IEL além de empresários de vários setores econômicos em Goiás, capitaneados pelo presidente Sandro Mabel. Semana de 13 a 17 de novembro muito bem aproveitada.
Fato é que impossível não se contaminar pela atmosfera vibrante que envolveu o Parque das Nações e, também, toda a cidade de Lisboa lotada de jovens e com uma audiência inédita de 43% de mulheres, um feito para o evento e para o futuro da sociedade pois que este setor, tal como todos os demais que envolvem conhecimento tecnológico, sempre foram seara dos homens.
O QUE A INTELIGÊNCIA ARTIFICAL TEM A VER COM A EMERGÊNCIA CLIMÁTICA E A TRANSIÇÃO ENERGÉTCICA?
O protagonismo da IA e da IA Generativa no Web Summit foi evidente, tanto entre os conferencistas como nas propostas de trabalho das centenas de startups. Mais que isso, a preocupação de como poderia a IA colaborar com ações afirmativas para diminuir os efeitos das mudanças climáticas extremas pelas quais estamos passando. Haja vista as palestras magnas no Altice Arena como: “How do we regulate AI?” (Andrew McAfe, MIT) ou como “Is AI the real deal or all hype?” (Meredith Whittaker, Signal; Steve Clemons, Semafor). A Inteligência Artificial será a eletricidade do século 21 afirmou o ministro da economia de Portugal António Costa Silva na abertura do Web Summit Lisboa.
Mais “Accelerating climate solutions with AI” (Melanie Nakagawa, Microsoft), “How Can technology transform climate crisis?” (Sita Chantramonklasri, Siam Capital) e “How do we decarbonise one of the world’s dirtiest industries?” (Henrik Henriksson, H2 Green Steel e Juliana Causin, O Globo). Enfim, uma profusão de palestras que trouxeram à mesa reflexões sobre o alcance da IA no mercado de trabalho, na produtividade, no clima, na energia e na vida das pessoas.
Grandes companhias de energia como Shell, Galp e EDP, por outro lado, abordaram como a inteligência artificial poderá suportar o aumento de desempenho da transição energética, auxiliando na otimização do que será o complexo mix de diferentes fontes de energia.
O ESPETÁCULO DO EMPREENDEDORISMO
Além do Altice Arena, com milhares de lugares, mais 16 auditórios foram espalhados pelos 05 pavilhões do Parque das Nações: um engenhoso aproveitamento das instalações originalmente construídas para a Exposição Mundial de 1998. Então, por ser impossível assistir a todos os eventos, o segredo era escolher antes. Também impossível visitar todos os stands das startups, quase 3 mil se revezando à razão de 1 mil por dia. Empresas vindas de dezenas de países, muitas do Brasil. Soluções para tudo: ERPs, gestão de pessoas, facilidades para diversão, para marcar consultas médicas, para desenhar, para produzir músicas na web: um cipoal de aplicativos com CEOs jovens cheios de esperanças no futuro dos seus negócios. Empreendedorismo na veia.
